14 setembro 2009

Constitucional 3 - algo sobre reforma agrária

Escrito durante a aula de Delgado que a época se davam no Demec, acho que essa foi a forma mais direta do meu subconsciente me dizer que eu não sou lá muito fã das aulas de Direito. Menos ainda quando são de manhã.




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Palpitando dentro do peito. Não é amor, não é meu coração. Somente vísceras quentes e inquietas me lembrando como meu interior se difere deste ambiente monótono e frio. Estarei em algum tipo de frigorífico com carnes podres e um pingüim revoltado vomitando peixes de conhecimento em mim?Aqui nesta sala as cores têm um tom de comida mal digerida, o marrom das cadeiras velhas, a parede já mofada quase não faz contraste com o chão sujo, a pele das pessoas... Na verdade tudo está limpo, mas me recuso a aceitar que a nojeira esteja somente em minha cabeça. Não importa quanto eu tente, essa sala não muda, não importa se me afasto pela distração de um sorriso ou de um beijo, as cores simplesmente não mudam quando eu volto, pior, elas ganham voz... Falas irritantes de pseudo-conhecedores me empurrando pseudo-conhecimentos que eu não quero ter. – Professor, tenho uma pergunta. Posso vomitar na turma? – pausa para uma tentativa de vômito. Não sei porque ainda me surpreendo com a baba e o cuspe que substituem o maciço do vômito. – desculpe, não tinha engolido nada ainda, na verdade sequer mastiguei, mas muito me fascina o ato de regurgitação em público.E assim continua mais uma manhã na sala do nojo. Dentre vômitos alheios, cores maçantes e muito movimento de minhas entranhas eu continuo a mostrar minha máscara, não que ela seja bonita (ela é feia como o tédio) nem por que tenho medo de me mostrar, mas simplesmente porque não me parece nada divertido ou animador mostrar quem sou. Na verdade, tenho plena consciência que faço parte desse quadro repugnante.

--x--

era esse texto ou algum desenho mal feito...

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