12 janeiro 2012

Capítulo 1



Suas pernas doíam e se recusavam a fazer qualquer força além da necessária. Sua garganta parecia querer se fechar para acabar com o sofrimento. Suas costas lhe diziam que o peso do mundo teria que encontrar outro apoio. Tinha que se deitar e repousar, mas estava tão perto que não deixaria a doença contra a qual lutava havia semanas o vencer justo agora. Em uma raiz, que na luta pelos nutrientes com as outras tantas árvores havia deixado o solo, tropeçou, cambaleou e caiu.Desde que entrara naquela floresta, sua marcha tinha dado resultados cada vez piores. Tirara o arco das costas e o carregava na mão para impedir que os galhos o atrasassem. Agora, pensando nos danos que poderia ter causado à arma, se arrependia.
Já não tinha forças sequer para se levantar, girou de costas e olhou para o arco, na queda uma das pontas havia rachado e a corda se desprendera. Os oito meses como andarilho desde que decidira regressar a sua terra natal sugaram sua saúde como um vampiro, e agora, no fim, podia até mesmo sentir como se presas se fechassem em sua traquéia. Quando já no estado delirante, comum aos que tem febre, viu olhos verdes e fendados como os de uma gigantesca cobra ou de um tigre faminto o encarando de cima. Sabia que seu fim havia chegado. Seu corpo deve ter aceitado a derrota, pois nesse momento o elfo cinzento desmaiou.
*  *  *
Sentado no alto de uma árvore, Vallen admirava sua antiga casa. Os elfos cinzentos haviam sido varridos da floresta naquela noite e as antigas casas foram reformadas e mantidas como uma homenagem aqueles que sozinhos fizeram com que a Horda se acovardasse e fugisse, deixando as demais tribos, cujos habitantes sequer tiveram tempo de vir em ajuda, em paz. Contudo, o lugar estava longe de parecer um cemitério. Os druidas resolveram prestar sua homenagem transformando aquele lugar em sua nova alcova.
O elfo tinha o pensamento distante enquanto via Shilmistra, a curandeira da alcova, colher suas ervas. Estava ali há duas estações e um grande tapete marrom de folhas exibia a vinda do outono por toda a floresta. Esperava que fosse encontrar seu irmão ou um túmulo dele quando retornasse, mas descobrira que Garionn, assim como ele próprio, havia desaparecido no dia de luto élfico. Esperava que seu irmão pudesse voltar durante as estações quentes, mas agora que o frio começava a dar as caras, sentia que teria mais sorte se tentasse procurá-lo. Achava também que tinha uma dívida com o ser de olhos verdes fendados que o salvara tempos atrás na floresta. Finarfim era um jovem elfo atípico de longos cabelos verdes e assustadores olhos predatórios da mesma cor; mas não era apenas na sua aparência que ele se diferenciava. Apesar de ter uma relação quase de pai e filho com Khalid, o druida mais reverenciado na floresta, Finarfim tinha a auto estima baixa, o que se explicava pelo preconceito que sofrera desde pequeno por causa de sua aparência. Diziam os mais maldosos que nas veias do jovem elfo corria sangue de dragão. Ainda que os dragões estivessem desaparecidos há mais de quatrocentos anos e que Finarfim tivesse pouco mais de um século de vida, os boatos eram fortes. Mas o fato era que realmente havia alguma coisa errada com Finarfim. Após vários meses de convivência Vallen e seu salvador tornaram-se amigos e não era difícil perceber que a amizade era valorizada reciprocamente, ambos se consideravam estranhos no ninho dentre os demais elfos. Uma noite Finarfim revelou ao seu companheiro sua aptidão mágica natural, responsável pela rejeição dos demais elfos.
Finarfim lhe revelara que há tempos vinha pensando em viajar. Que precisava partir em busca de si, precisava descobrir mais sobre seu poder e sobre seu passado. O momento era perfeito, pensava Vallen. Ambos precisavam de respostas que não tinham certeza onde encontrar, mas que com certeza não estavam na floresta. Estava prestes a descer e contar ao amigo que iria acompanhá-lo quando um grupo de elfos levava alguém ferido para Shilmistra.
*  *  *
A história que se contava era de que um grupo de mercadores liderado por um elfo da cidade tinham tentado se passar por elfos enquanto conduziam uma caravana pela floresta. A idéia era idiota e tinha tudo para dar errado, pensava Vallen, mas isso não explicava porque o elfo tinha sido o único sobrevivente e estava tão ferido. Até onde ele sabia os espinhos da floresta apenas faziam os invasores recuar e, caso não o fizessem, matavam um ou dois para que o resto corresse por onde veio. Conversando com outros elfos descobriu que a caravana tinha encontrado um acampamento orc pouco depois da fronteira e o sobrevivente na cabana de Shilmistra era o elfo que liderava a caravana.
Intrigado e um pouco descrente das informações Vallen se esgueirava até a janela de Shilmistra. Era muito bom em espreitar, mas os elfos tinham os sentidos muito mais aguçados que os humanos e o terreno estava repleto de folhas e galhos secos.
- Vallen, preciso falar com você! - Uma voz esganiçada e alta vinda de suas costas o surpreendeu fazendo com que amaldiçoasse baixo quem quer que o tivesse pego.
Quando se virou porem, não havia ninguém ali. Apenas um corvo que pousara em um galho baixo. Olhou com mais atenção.
- Quem está ai? - chamou, ainda tentando não elevar muito a voz.
- Vallen, não se demore, preciso falar com você. - A voz esganiçada vinha do corvo e aparentemente o animal não tinha controle sobre seu tom ou não se importava de exercê-lo.
Vallen já havia visto Khalid utilizar animais como seus olhos e voz em ocasiões anteriores. Já tinha tomado um susto similar a este quando um esquilo o pedira que trouxesse erva-da-lua sem a menor cerimônia.
- Khalid, se você puder me ouvir, alem de falar, não poderíamos conversar aqui mesmo? - Sussurrou Vallen, para o corvo. - Tenho assuntos a tratar por aqui.
- Vallen, é Khalid, venha até meus aposentos, tenho urgência em falar com você. - Respondeu a ave, deixando Vallen confuso se havia sido ignorado ou se o canal de audição não estava dentre os poderes de Khalid.
Espreitou e olhou mais uma vez dentro da cabana. O elfo permanecia desacordado. Torceu para que Khalid não demorasse, queria ouvir a história diretamente da boca do forasteiro.
*  *  *
Com longos cabelos e barbas grisalhos o homem se curvava sobre sua madeira. Na face uma expressão serena e aconchegante de bom humor comum às pessoas de bom coração que alcançam a velhice. A aparência do ancião poderia levar qualquer humano insensível ao sobrenatural pensar que ali, apoiado em seu cajado, estava apenas mais um decrépito que dissera adeus à energia da juventude. Vallen não era estúpido a este ponto e, seja lá o que Khalid fosse pedir, era bom que ele pensasse duas vezes antes de recusar.
Cumprimentaram-se e tiveram uma breve conversa sobre o que significava a presença de orcs em território elfico. Khalid tinha olhos por toda a floresta e era a melhor pessoa para dizer se a situação era crítica ou não. Aparentemente os orcs não planejavam nenhuma invasão, pareciam estar procurando por alguma coisa. Todas as aldeias estavam preparadas e não havia a menor chance de repetição do evento que acontecera décadas antes. Somente quando Khalid teve certeza de ter satisfeito a curiosidade do elfo cinzento resolveu abordar seu pedido.
- Diga-me, Vallen, o que você pensa a respeito de Finarfim? - O ancião tinha um tom sério e enigmático, não havia como prever o que ele queria com esta pergunta.
- Penso que é uma compania agradável. Um pouco quieto, mas um bom amigo. - Respondeu Vallen, sincero.
- Fico Feliz que ele finalmente tenha feito um amigo. - Interrompeu o velo, com um sorriso genuíno, mas breve. - O que mais?
Fez-se um momento de silêncio antes que Vallen terminasse de pensar em suas palavras.
- Dizem que ele possui sangue dracônico em suas veias. - Resolveu abordar de uma vez o assunto. - Não sei o que pensar a respeito disso. Já tive sensações estranhas perto dele e já ouvi histórias ainda mais estranhas.
O druida apenas o observava, impassível. Oscilou levemente a cabeça em um sinal de incentivo quando percebeu o conflito de palavras que se formava na cabeça de Vallen.
- Contudo, creio que sei reconhecer uma boa pessoa e ele definitivamente o é. - Disse conclusivamente. - Mas, diga-me, Khalid, os boatos são verdadeiros? Ele é herdeiro do sangue do dragão?
O velho abandonou sua postura analítica e começou seu discurso de uma forma cansada e pesarosa.
- O último dragão foi visto há quatro séculos. Eu era apenas um bebê nesta época. Não é de se imaginar que Finarfim fosse resultado de um pacto destes. Contudo, há algo dentro dele. - Khalid fitava o elfo em vestes negras de modo que ele entendesse a gravidade do que estava sendo dito. - Há uma fonte de poder muito forte nele. E é sobre isso que tenho que lhe pedir. Cuide de Finarfim.
A julgar pela cara do ancião Vallen pensou que seria algum pedido impossível ou algo que realmente fosse lhe custar muito. Não havia necessidade de lhe pedir aquilo, Considerava Finarfim quase como um irmão caçula. Seu ar de insegurança despertava um instinto protetor em Vallen que ele nunca achou que fosse ter.
- Por que me pede isso, Khalid? Já vi o elfo de cabelos verdes com um arco na mão. Quase tão bom quanto qualquer guardião. - Perguntou Vallen.
- Não é a esse tipo de cuidado que me refiro. Acredito que em breve Finarfim vai partir e tenho meus motivos para crer que você o acompanhará. Sei que você guardará suas costas, assim são os elfos, sempre cuidam um do outro.
A afirmação irritara um pouco Vallen, mas ele não demonstrou. Já pensara diversas vezes que se as outras aldeias tivessem vindo em socorro imediatamente, talvez ele estivesse com sua família ainda.
- O que quer que esteja dentro de Finarfim. - Continuou o druida. - Ainda está adormecido. Sinto que o que quer que esteja compartilhando seu corpo, tem uma natureza caótica. Temo pelo dia em que Finarfim possa vir a perder o controle disto. Seja o amigo que ele precisa quando ele precisar, ajude-o a manter o controle. E se isso não for possível… você mesmo terá que… Não! Este dia não chegará, não pode chegar. Ajude-o a manter o controle.
Era a vez de Vallen analisar o velho. Seus olhos não piscavam, não queria perder qualquer pista do que fosse enquanto raciocinava, sopesando as palavras do druida.
- Eu o ajudarei a se lembrar de quem ele é. - Começou Vallen. - Ouvi falar que alguns tipos de dragões consideram elfos uma iguaria deliciosa. Estarei pronto para arrancar seus dentes caso ele resolva me morder. - Afirmou Vallen, em um misto de piada e desafio. - Sei que é isso que você quer me pedir.
Ficaram em silêncio até que Khalid trouxe uma maleta de madeira da estante.
- Tenho algo para ajudar em sua aventura.
*  *  *
Encontraram-se Finarfim e Vallen a poucos metros da cabana onde o sobrevivente estava sendo tratado. Uma gata preta, branca e laranja seguia Finarfim.
- Espere! - Sussurrou Valen. - Quero ouvir o que estão dizendo.
Aproximou-se da porta e pode ouvir que falavam em élfico, algo sobre os companheiros humanos do sobrevivente. Seja lá de onde fosse esse elfo, não tinha esquecido a língua de seu povo. A conversa se encerrou e suspeitando que sua presença pudesse ter sido notada, adentrou no recinto com Finarfim.
Shilmistra, uma elfa ligeiramente mais nova que Khalid e que tinha o hábito de tratar a todos como seus netos, tinha as mãos ao redor dos ferimentos na coxa do forasteiro. O elfo deitado na cama recebendo os cuidados da curandeira aparenta ter idade mediana, tem os olhos e cabelos marrons. Suas roupas estão dobradas em cima da cadeira.
- Bom dia, Vallen. - Cumprimentou Shilmistra, visivelmente incomodada com a intromissão.
- bom dia, Shilmistra. - Retribuiu Vallen, sem dar muita atenção. - Saudações, forasteiro, como Shilmistra adiantou, me chamo Vallen e este é Finarfim. - Disse com uma leve reverência, que foi acompanhada por Finarfim.
- Podem me chamar de Laucian. - Disse o elfo na cama enquanto retribuía o cumprimento. - É um prazer conhecê-los. Foram vocês que me salvaram?
- Não. Mas temo dizer que somos nós os curiosos. - Respondeu Vallen. - Pode nos contar a sua versão do que aconteceu?
- Bom, trabalho como comerciante em Dalian. - Respondeu Laucian, um pouco intimidade pelo modo direto de Vallen. - Precisei fazer uma viagem urgente para a Mão do Imperador e considerei que, por ser um elfo, não seria atacado na travessia da Chifrada. Não sabia que a floresta estava infestada de orcs. - Admitiu o mercador.
- E qual o destino final de sua viagem, mercador? - Perguntou Vallen, satisfeito por conhecer bem a cidade portuária de Dalian, mas intrigado por nunca ter ouvido falar em uma autoridade com o título de Mão do Imperador. - Ou melhor seria, qual era o destino final?
- A Mão do  Imperador… Com os produtos que eu carregava. - Disse lentamente enquanto massageava a têmpora.
- Eu sei quem te mandou, quero saber para onde ia. - Respondeu Vallen, impaciente.
- Como acabei de dizer, meu jovem, para a Mão do Imperador. - Replicou Laucian, com um tom de dúvida na voz. - Você diz saber quem me mandou…
- Desculpe-me, tomei a mão do imperador por algum tipo de autoridade. - Interrompeu Vallen. Apesar de ser visivelmente mais novo que o elfo ferido, não estava acostumado a ser chamado de jovem por alguém que não tivesse os pelos grisalhos. - E quais seus planos agora que perdeu sua mercadoria? teria coragem de tentar recuperá-la?
Finarfim, que agora se sentara no chão para acariciar sua gata, não falava nada, apenas observava o desenrolar da conversa.
- Claro! Meu trabalho depende disso... Porém não sei como eu faria sem homens suficientes...
- Que tipo de mercadoria valem a pena arriscar o seu pescoço? - Interrogou Vallen. Estava acostumado a desconfiar sempre de qualquer história e era muito bom em achar falhas de lógica em histórias falsas.
- Caro amigo, creio que a honra que leva o nome de nosso colega seja o bem mais precioso. - Interrompeu Finarfim, deixando Vallen levemente irritado. Estava estragando sua estratégia. - E uma missão não cumprida pode retirá-la.
- Não acho que seja sábio você tentar recuperar a mercadoria. É melhor partir, agradecido por estar com vida. - Agora até mesmo Shilmistra interrompia.
- Mas será que ele assim o pensa? - Reforçou Vallen.
- Concordo que uma missão não cumprida pode retirar a honra de um elfo. - Respondeu Laucian. - Mas pensando melhor, percebo que não há nada a ser feito. As mercadorias eram quase que em sua totalidade alimentos, que a esta altura não estão mais em condições de uso, dada a natureza dos saqueadores. Eu agradeço aos deuses e a vocês por estar vivo. Se houver algo que eu possa fazer para recompensar, ficarei contente. Caso contrário é importante que eu volte antes que me dêem como morto também.
- E quanto aos seus companheiros? Algum que possa ter sobrevivido? - Insistiu Vallen.
- Digam-me vocês. - Respondeu Laucian com um pouco de esperança na face. - Pelo que me disseram não havia mais sobreviventes, é um engano?
- Shilmistra, o que você sabe sobre os demais membros da caravana? - quis saber Vallen.
- Eram todos humanos, mas estavam vestidos para se parecerem com elfos. Todos foram mortos. - Respondeu cautelosamente como se tivesse dito aquilo pela primeira vez.
- Algum desejo pelos corpos, Laucian? - Vallen quis saber.
O elfo ferido respondeu com um triste aceno de cabeça. - São mercenários contratados, porém creio que a família iria querer reivindicar os corpos se fosse possível.
- Você iria apenas comigo e Finarfim atrás dos corpos? - Perguntou Vallen, com a mesma expressão analítica que usara para Khalid.
- Os corpos já foram recuperados e enterrados. - Intrometeu-se mais uma vez Shilmistra, desta vez conseguindo fazer com que Vallen perdesse a paciência.
- Então creio que não há mais nada a ser feito. - Disse tristemente Laucian. - Cara senhora, saberia me dizer quanto tempo até que eu possa andar novamente?
- A magia druídica é poderosa aqui na alcova. Creio que você já possa andar. Correr, ai já é outra história. - Advertiu a curandeira, em um tom de vó.
- Tentarei não fazer esforços. Mais uma vez obrigado!
- E se… - Interrompeu rudemente Vallen. - seus companheiros, vivos ou não, não tivesse sido resgatados.
- Vallen. - Sussurrou Finarfim. - Os corpos já estão enterrados.
- Os orcs deixaram os corpos para trás e não quisemos deixar que apodrecessem ao ar livre. - Explicou Shilmistra.
- Qual seria sua atitude, Laucian? - Continuou Vallen, como se os dois nada houvessem dito. - Voltaria pelos corpos ou evitaria um risco desnecessário?
- Prezo pelos meus homens, meu jovem. Se pudesse resgatá-los, faria tudo ao meu alcance. - O mercador falava com tristeza verdadeira na voz. - Porem entenda que sou um mercador sem muitos recursos.
- Perdoe a insistência, meu caro, quero apenas saber um pouco mais sobre a natureza do elfo a quem estou prestes a oferecer minha companhia. - Explicou-se Vallen, finalmente satisfeito com as respostas que conseguira. - Você parece ter um bom coração, mas não muita prudência.
- Você não iria atrás de companheiros de viagem, se pudesse?
- No presente caso? Não. Eles já estariam mortos com certeza e não arrisco um corpo vivo por um cadáver - Respondeu Vallen. - Mas admiro sua resposta. A prudência varia de acordo com o tempo, mas um bom coração sempre será um bom coração. Penso que poderia acompanhá-lo em sua viagem de regresso à Dalian, o que me diz?
- Gostaria muito de uma companhia em minha viagem! - Respondeu o mercador, tão genuinamente feliz de não precisar atravessar a floresta sozinho que esquecera que fora chamado de imprudente por um elfo mais novo.
- Dê-me alguns momentos, por favor. - Disse Vallen. - Finarfim, pode me acompanhar um instante?
-Cla... claro. - Gaguejou o elfo de cabelos verdes, que acabara de ficar confuso com a notícia.
*  *  *
Vallen contou de seus motivos para viajar junto com Finarfim e chegaram a decisão de que mesmo que ambos não soubessem exatamente o que procuravam, seria mais fácil se procurassem juntos.
Daliam era uma importante cidade portuária que recebia embarcações de todos os lugares devidos as suas tarifas mais baixas, sendo também uma importante cidade de troca. Uma vez por ano havia uma espécie de competição de pescadores onde aquele que conseguisse o maior peixe levava todos os demais como prêmio. Ficava a apenas seis dias de viagem. Quando Vallen compartilhou todas essas informações ficou decidido que Daliam seria a primeira cidade em buscariam suas respostas. Contudo, Vallen achou melhor contar em um outro momento que um bruxo morava na cidade.
Dividiram as suprimentos dados por Khalid na maleta de madeira: duas poções que deixavam a pele resistente como madeira por alguns minutos, dez frutos abençoados com poderes regenerativos e uma entrega especial de Khalid para Finarfim, o colar de pedras preciosas de sua mãe. A mãe de Finarfim nunca surgia nos temas que conversavam e Vallen chegara a conclusão que seu amigo não sabia muita coisa sobre ela. Ao ver como Khalid hesitara em entregar a “recordação de uma pessoa muito querida” para quem ela por herança deveria de fato pertencer, Vallen notou que devia haver alguma história complicada por trás de tudo.
Reuniram o pouco de coisas que tinham e que iriam precisar e partiram, juntamente com Laucian, para Daliam.

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